O carro cruza a cidade deixando para trás todo o barulho da cidade, só o seu barulho podemos ouvir dentro do carro.
É ensurdecedor.
Aterrorizador.
Mas não você não está dizendo nada. Está em silêncio. Profundo.
Eu sei. Você sabe. Todo esse silêncio é uma confusão dentro de você. É uma briga de pensamentos malucos que não te deixam nem por um segundo.
Eu estou aqui ao seu lado. É como se pudesse ouvir cada questão sua...cada ponto de exclamação rodopiando sua cabeça.
Elas estão girando em torno de mim agora, giram, rodopiam, como se estivessem num gira-gira colorido...eu tento agarra-lás, é inútil, neste parque eu não fui convidada a brincar. Eu simplesmente entrei. Eu brinquei. Eu cai. E eu estou em pé olhando meu brinquedo favorito. O joelho todo roxo.
A adrenalina ainda percorre meu sangue, em parte pela queda, em parte por saber que este brinquedo é perigoso.
Ofegante eu observo, estamos de volta ao carro naquele barulho gigantesco que faz ssua cabeça.
Você me dirige um olhar cúmplice e um sorriso fantástico, nós dois rimos, você esteve comigo no parque agora à pouco, nosso riso contagia todo o interior do automovel.
Nós chegamos ao destino, o barulho reduz, o carro reduz.
Na próxima viagem vou tentar agarrar as palavras dançantes da sua cabeça, por enquanto, nós só jantamos. Deliciosamente, nós só jantamos.
P.