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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

É.

O texto fica mais gostoso se você quiser ler com essa trilha: clica aqui. 


Eu sinto falta do café na cama aos domingos.
Daquele restaurante na beira da estrada que serve um vinho qualquer.
Sinto falta de você lendo o jornal e eu no computador recebendo seu olhar por cima das noticias diárias.
Sinto falta da sua mão na minha barriga ao acordar. Da sua perna pesando sobre a minha. Da sua respiração ofegante na minha nuca.

É.

Sinto aqui seus passos pelo meu apartamento, procurando um copo limpo na pia.
Espantando meu gato da sua poltrona favorita.
Do seu humor negro diante daquele canalha que preside a comissão dos direitos humanos.
Do seu skate pelo meio do caminho, pronto pra ganhar a rua com você.

Sinto falta do seu copo em cima do criado mudo. De você ligando meu secador de cabelo pra secar o seu.
Da sua falta de habilidade com o moço da pizza.
Da sua graça com o vizinho barulhento do lado.

Do seu colo pra eu ver TV.
Do seu ensaio com instrumento. Super desafinado.

Do seu riso, que ria de mim.

Do seu beijo, do seu abraço.

É.

Mas podia não ser assim. Podia estar aqui reclamando da toalha molhada na cama. Do jornal desorganizado. Dos seus jogos em cima da cama. Da sua correria no trânsito.

É. Podia. E queria muito.

Daqui sigo. E desejo que esteja fazendo o mesmo.

P.








quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Não é meu.


Uma vez no supermercado encontrei uma lista de compras deixada por outra pessoa.
Não fez sentido nenhum pra mim.
Tudo o que a pessoa iria comprar (ou comprou) não era nada do que eu compraria.

P.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Só pra você saber.

                                          Dá um play, o texto fica mais...gostoso.

Talvez você goste, talvez não...

Ela tem esse jeito menina de ser, ela borra o rímel sem pudor algum, tudo bem, ela também é apaixonada pelos pandas.
Ela tem aquele pretinho básico no guarda roupa, mas ele disputa espaço com shorts e calças coloridas, é algo que beira a adolescência que ela deixou pra trás há algum tempo.
Na bolsa um batom vermelho, e uma caixinha de chicletes.
Nos fins de semana a alternância de um bom filme e depois risadas com os amigos.
Na play list tudo corre bem, até que a TPM à obriga ouvir Clarice Falcão no último volume.
E ela pensa seriamente se não fosse educadora, seria...produtora de cinema, produziria filmes onde o mocinho desalmado ( no caso, você) morreria dolorosamente, mas isso é só durante essa loucura hormonal pela qual ela passa todos os meses, fica tranquilo ela ressuscitaria você no próximo filme, ou não.
Na estante de livros, alguns bons romances, outros títulos científicos e alguns contos picantes, ora, ela também é mulher, poxa.
Ela facilmente pode pedir batata frita numa jantar romântico, ela não liga muito pra "etiquetas" e convenções sociais.
Ela vai rir das suas piadas antes de você terminar, é o vinho, e não pense que isso te dará alguma vantagem, ela vai dormir feito pedra antes de terminar a terceira taça, fraquinha, fraquinha.
Ela vai usar sua camiseta de banda favorita pra dormir, mas não fica bravo não, ela vai ficar linda ao seu lado assim.


Talvez você goste, talvez não, mas uma coisa você precisa saber antes de entrar de cabeça no mundo dela.
Tudo nela é adaptável, é mutável, essa é a característica dela que você mais vai amar, ou odiar.

Se você mesmo depois de saber de tudo isso, ainda sim resolver entrar no mundo dela, saiba que ela andou pintando ele todo, faxinou e trocou algumas coisas de lugar, logo você vai perceber isso, na entrada ela estará segurando uma placa abaixo daquele sorriso aterrorizador com os dizeres: "Fica se quiser".

Mas eu juro, ela vai torcer pra você querer morar no mundo dela.

P.